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O papel das garantias no mercado de crédito privado

Nos últimos tempos, o crédito privado tem se destacado como uma opção bastante atrativa para quem deseja diversificar a carteira de investimentos em renda fixa. Com a Selic em alta, produtos como debêntures, CRIs e CRAs oferecem um potencial de retorno que pode ser bem mais interessante. Mas, você sabia que um dos pontos mais importantes que muitos investidores iniciantes costumam ignorar são as garantias que acompanham esses títulos? Neste artigo, vamos desvendar como essas garantias funcionam e por que elas são essenciais para minimizar riscos ao investir em crédito privado.

O que são garantias em crédito privado?

As garantias em crédito privado são mecanismos criados para proteger os investidores em caso de inadimplência por parte da empresa emissora. Quando você compra um título de crédito privado, está, na verdade, emprestando dinheiro a essa empresa em troca de juros. Mas e se a empresa não conseguir honrar essa dívida? É aí que as garantias se tornam fundamentais.

Essas garantias podem ser divididas em três categorias principais: reais, fidejussórias e quirografárias. As garantias reais referem-se a bens tangíveis, como imóveis e veículos, que podem ser usados para recuperar o valor investido em caso de calote. Por outro lado, as garantias fidejussórias são promessas feitas por terceiros, que se comprometem a pagar caso a empresa falhe em cumprir suas obrigações. Já as quirografárias são aquelas que não têm garantias específicas, colocando os investidores na mesma linha que outros credores comuns caso ocorra inadimplência.

A análise das garantias no Brasil

Um estudo recente revelou que cerca de 61% do volume total de crédito privado emitido no Brasil entre 2017 e 2025 não conta com garantias. Isso deve acender um alerta importante para os investidores: a falta de garantias implica um risco maior. Portanto, a análise das garantias deve ser feita com muita atenção antes de decidir investir em um título específico. No caso das garantias reais, como a fiduciária, o credor tem proteção em processos de recuperação judicial, já que possui prioridade ao receber seus valores em caso de falência da empresa.

Entretanto, é crucial lembrar que, mesmo com garantias, a recuperação do investimento não está garantida. Fatores como a avaliação dos bens, a complexidade dos contratos e a capacidade financeira dos fiadores podem afetar a eficácia das garantias. Assim, o investidor precisa ter em mente que executar essas garantias pode ser um processo demorado e complicado.

Como as garantias influenciam a remuneração dos títulos

As garantias têm um papel significativo na definição da remuneração dos títulos de crédito privado. Em geral, quanto maior o risco de crédito da empresa, mais robusta será a garantia exigida pelos investidores. Isso significa que empresas com uma boa classificação de crédito podem captar recursos com garantias mais simples ou até mesmo sem garantia nenhuma, enquanto aquelas que apresentam maior risco precisam oferecer garantias mais sólidas.

É importante que os investidores entendam que a remuneração dos títulos é influenciada por uma série de fatores, e as garantias são apenas uma parte do quebra-cabeça. Títulos sem garantias, emitidos por empresas de baixo risco, podem ter taxas inferiores a títulos com garantias, mas que são emitidos por empresas com uma percepção de risco maior. Portanto, uma análise cuidadosa das garantias e da capacidade de pagamento da empresa emissora é fundamental para tomar decisões de investimento mais informadas.

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