No cenário movimentado de Nova York, um incidente trágico mudou a vida de Luisa Harger, uma jovem brasileira. Em 2016, durante uma visita à cidade, Luisa desmaiou e caiu nos trilhos do metrô, resultando na perda de um braço e uma perna. Agora, após longos anos de batalha judicial, a Justiça dos Estados Unidos determinou que ela deve receber uma indenização de US$ 81,7 milhões, equivalente a quase R$ 440 milhões.
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O acidente e suas consequências
Luisa, que tinha apenas 21 anos na época, estava em Nova York para visitar seu namorado, George. O desmaio ocorreu na estação Atlantic Avenue, onde ela foi atropelada por um trem. O acidente resultou em um período de hospitalização prolongado, durante o qual Luisa passou por várias cirurgias e procedimentos médicos complexos, incluindo enxertos de pele.
O processo judicial contra a MTA
Após o incidente, Luisa e sua equipe de advogados iniciaram um processo contra a Autoridade Metropolitana de Transporte de Nova York (MTA). Os advogados argumentaram que a MTA tinha conhecimento de um perigo iminente, já que dados de um período de 15 anos indicavam que quedas nos trilhos eram uma realidade comum. Eles enfatizaram que a falta de medidas de segurança nas plataformas era uma forma de negligência por parte da MTA.
Argumentos e evidências apresentadas
Os representantes legais de Luisa destacaram que, em 2011, a MTA havia recebido propostas para a instalação de portas de segurança nas plataformas, que poderiam ter sido implementadas sem custo adicional. Essas portas poderiam ter evitado a tragédia que ocorreu com Luisa, segundo os advogados. Um dos membros da equipe, David Roth, declarou: “A omissão diante de um perigo conhecido e evitável é a definição de negligência”.
Documentos internos revelaram que várias empresas, consideradas líderes em engenharia, apresentaram planos detalhados que demonstravam a viabilidade da instalação dessas portas. Contudo, não houve progresso nesse sentido até o momento do acidente. O tribunal federal do Brooklyn concordou com a argumentação da defesa, reconhecendo que a situação era claramente evitável.
Reação da MTA e o futuro do sistema de transporte
Tim Minton, representante da MTA, anunciou que a autoridade pretende recorrer da decisão judicial. Ele ressalta que a MTA não pode ser responsabilizada por decisões tomadas há décadas, mas também reconhece que, até o presente momento, 109 estações já implementaram algum tipo de barreira de segurança nas plataformas. No entanto, Minton observou que em muitas estações a instalação de portas de segurança ainda enfrenta desafios de viabilidade física e acessibilidade.
Um precedente legal importante
A indenização de Luisa não é um caso isolado. Em uma situação similar, um homem que sofreu um acidente no metrô de Nova York e perdeu um braço e uma perna recebeu uma compensação inicialmente maior, de US$ 90 milhões, que posteriormente foi reduzida para cerca de US$ 40 milhões após decisão judicial. Esses casos levantam questões sobre a responsabilidade das autoridades de transporte em garantir a segurança dos passageiros.
A batalha de Luisa Harger não apenas representa uma vitória pessoal, mas também acende um debate mais amplo sobre as práticas de segurança no transporte público, especialmente em uma das cidades mais movimentadas do mundo. O desfecho deste caso pode influenciar futuras decisões e políticas de segurança adotadas pela MTA e outras agências de transporte.
