No terceiro trimestre de 2025, o Banco do Brasil (BBAS3) divulgou um lucro líquido ajustado de R$ 3,785 bilhões. Esse resultado, embora estável em relação ao trimestre anterior, representa uma queda significativa de 60% em comparação ao mesmo período do ano anterior, refletindo uma das maiores reduções entre as grandes instituições bancárias do país. O lucro contábil também sofreu uma queda expressiva, caindo 66% e alcançando R$ 3,02 bilhões.
Essa diminuição no lucro é acompanhada por uma drástica queda no ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido), que desceu de 21,1% para 8,4%, um reflexo direto da maior pressão operacional enfrentada pelo banco.
Apesar desse cenário desafiador, o banco conseguiu aumentar sua carteira de crédito em 7,5%, atingindo um total de R$ 1,27 trilhões. Esse crescimento foi impulsionado tanto por pessoas físicas quanto jurídicas, que registraram um avanço de 10,4%. No entanto, o aumento da inadimplência acima de 90 dias, que subiu para 4,2%, sinaliza uma deterioração na qualidade dos empréstimos concedidos. A margem financeira bruta, por sua vez, teve uma leve alta de 1,9%, totalizando R$ 26,36 bilhões.
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Reações do mercado e análise técnica
A reação do mercado às divulgações do Banco do Brasil foi marcada por uma volatilidade considerável. Na última sessão, as ações da BBAS3 caíram 2,85%, encerrando o dia cotadas a R$ 22,80. Essa queda interrompeu uma trajetória de recuperação observada nas semanas anteriores. Contudo, é importante mencionar que, mesmo com essa desvalorização, as ações acumulam uma alta de 4,11% no mês de novembro, embora ainda apresentem uma baixa de 2,20% no acumulado do ano.
Com os resultados financeiros recentes e os preços das ações testando áreas técnicas significativas, a atenção dos investidores deve ser redobrada. Para entender melhor a performance das ações do Banco do Brasil, é crucial analisar os pontos de suporte e resistência que podem influenciar o preço no curto prazo.
Estrutura de recuperação e desafios futuros
Observa-se que, a partir do fundo anual de R$ 18,12, a BBAS3 começou a apresentar uma estrutura de recuperação. Esse ponto foi significativo, pois atraiu uma forte demanda, permitindo que as ações superassem resistências importantes. No entanto, ao atingir a média móvel de 200 períodos, que está em R$ 23,62, o ativo encontrou uma barreira que se mostrou crítica. O teste deste nível sem um rompimento consistente sugere que a resistência é relevante para a continuidade do movimento de alta.
A recente queda de 2,85% trouxe à tona um sinal claro de perda de impulso no curto prazo, especialmente após o toque na média de 200 períodos. Apesar de ainda estar acima das médias de 9 e 21 períodos, que indicam um viés construtivo, essa reversão abrupta pode sinalizar um movimento de realização mais amplo, particularmente devido à sensibilidade em relação ao balanço divulgado.
Perspectivas e suporte no mercado
Para que o fluxo comprador se reestabeleça, será fundamental que o ativo recupere a força e consiga romper a média móvel de 200 períodos. Caso isso ocorra, as próximas resistências a serem monitoradas estarão posicionadas em R$ 24,66, R$ 25,60, R$ 26,62 e R$ 28,58, o que poderia abrir caminho para uma retomada mais sólida.
Por outro lado, se a pressão vendedora persistir, os suportes diários mais relevantes estão localizados em R$ 22,58, R$ 21,35, R$ 20,00, R$ 19,00 e novamente a mínima do ano em R$ 18,12. O Índice de Força Relativa (IFR) diário está em 63,00, o que indica uma zona neutra, permitindo movimentos em ambas as direções.
Conclusão
Em suma, a análise dos resultados financeiros do Banco do Brasil no terceiro trimestre de 2025 revela um cenário complexo, com desafios significativos frente ao aumento da inadimplência e à pressão operacional. Contudo, o crescimento na carteira de crédito oferece uma perspectiva de recuperação, embora o mercado permaneça atento às movimentações das ações e às possíveis correções que possam ocorrer.
