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Por que o ouro e o Bitcoin são investimentos essenciais na economia atual

Em um cenário marcado por flutuações econômicas e tensões geopolíticas, a busca por investimentos estáveis tem se intensificado. A expansão fiscal global, que ganhou força após a pandemia, resultou em países acumulando dívidas significativas. Essa situação levou à desvalorização das moedas fiduciárias, tornando investimentos tradicionais menos atrativos.

Em consequência, muitos investidores estão redirecionando seu foco para ativos reais, como ouro e criptomoedas como o Bitcoin.

De acordo com o especialista financeiro Caio Zylbersztajn, da Nord Investimentos, investidores que desejam proteger seus portfólios da instabilidade econômica devem considerar a diversificação em ativos alternativos. Essa estratégia não apenas ajuda na gestão de riscos, mas também mantém a rentabilidade, uma vez que o valor desses ativos tende a aumentar durante períodos de dificuldades econômicas.

O impacto das políticas fiscais no valor das moedas

As políticas fiscais pós-pandemia influenciaram significativamente a valorização das moedas em todo o mundo. Os países recorreram a empréstimos extensivos e a uma rápida expansão fiscal para mitigar as recessões econômicas e enfrentar problemas sociais, especialmente diante do envelhecimento populacional. Como resultado, moedas importantes—como o dólar, o euro e o real—perderam poder de compra em relação a ativos tangíveis. Nesse contexto, o ouro se destacou como uma proteção confiável, atraindo tanto investidores individuais quanto bancos centrais que buscam preservar sua riqueza.

O ouro como ativo de refúgio

O aumento do apelo pelo ouro pode ser atribuído ao seu status histórico como reserva de valor. Em tempos incertos, investidores costumam buscar o ouro para proteger sua riqueza. Zylbersztajn observa que os desafios econômicos atuais apenas fortaleceram essa tendência. À medida que as moedas fiduciárias enfrentam desvalorização, a demanda por ouro continua a crescer, tornando-o uma opção atraente para aqueles que desejam proteger seus ativos.

Tensões geopolíticas e a ascensão das criptomoedas

O panorama financeiro global também foi moldado pelo aumento das tensões geopolíticas. O conflito na Ucrânia, que começou no início de 2022, intensificou as preocupações referentes à estabilidade financeira. O congelamento de aproximadamente 300 bilhões de dólares em ativos russos agravou ainda mais essas apreensões. Em resposta a esses acontecimentos, muitos investidores estão se voltando para criptomoedas, especialmente o Bitcoin, como um meio alternativo de transferência de valor.

As vantagens do Bitcoin

Uma das principais vantagens do Bitcoin reside em sua natureza descentralizada. Ao contrário dos sistemas bancários tradicionais, que podem ser vulneráveis a sanções e restrições, as transações em Bitcoin são facilitadas pela tecnologia blockchain. Isso permite transferências seguras e diretas, sem a necessidade de intermediários. Como Zylbersztajn aponta, a capacidade de realizar transações sem depender de instituições financeiras convencionais torna o Bitcoin uma escolha atraente para aqueles que desconfiam da interferência do governo.

Elaborando um portfólio de investimentos diversificado

Diante das condições de mercado em evolução, é crucial que os investidores adotem uma abordagem estratégica para a alocação de ativos. Zylbersztajn enfatiza a importância de manter um portfólio de investimentos bem equilibrado, que inclua tanto o ouro quanto o Bitcoin, entre outros ativos. Essa diversificação pode ajudar a mitigar os riscos associados à exposição excessiva a uma única classe de ativos.

Renato Breia, cofundador da Nord Investimentos, defende uma alocação modesta de cerca de 1% de um portfólio de investimentos em ativos digitais, com foco principal no Bitcoin. Essa abordagem cautelosa visa evitar uma concentração excessiva em uma única área, enquanto ainda se aproveitam os potenciais benefícios das tecnologias financeiras emergentes.

Estratégias de diversificação global

Além disso, Breia destaca a importância da diversificação global nos portfólios de investimento, especialmente para investidores brasileiros. A abordagem tradicional de investimento no Brasil tende a favorecer ativos locais, o que pode levar a riscos e volatilidade elevados. Ao incorporar uma gama mais ampla de investimentos globais, incluindo ouro e Bitcoin, os investidores podem alcançar maior estabilidade e, potencialmente, retornos mais altos.

Com a aproximação do ano de 2026, marcado por mudanças políticas esperadas, Breia alerta contra entrar nesse período sem uma exposição internacional adequada. Atualmente, indivíduos de alta renda já alocam cerca de 30% a 35% de seus investimentos fora do Brasil, enquanto investidores conservadores devem buscar um mínimo de 10% a 15% em ativos estrangeiros para se protegerem contra flutuações econômicas locais.