A Novonor, anteriormente conhecida como Odebrecht, está próxima de formalizar um acordo que pode resultar na venda de sua participação majoritária na Braskem, uma das maiores empresas petroquímicas do Brasil. Fontes próximas às negociações indicam que a IG4 Capital, uma gestora de ativos, lidera as discussões para a aquisição. As ações da Braskem, listadas na bolsa de São Paulo, apresentaram uma alta de mais de 17% na terça-feira, refletindo a expectativa positiva do mercado em relação à transação.
Atualmente, a Novonor detém 50,1% das ações com direito a voto da Braskem e 38,3% do total. A Petrobras, por sua vez, possui 47% das ações votantes e 36,1% do total. O desfecho dessas negociações entre Novonor, Petrobras e IG4 Capital pode ocorrer em breve, trazendo mudanças significativas na estrutura acionária da Braskem.
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Contexto das negociações
As discussões sobre a venda das ações da Braskem avançaram desde que a IG4 Capital obteve um período de exclusividade para negociar a compra da dívida da Novonor, que atualmente se aproxima de R$ 20 bilhões. Este montante resulta de empréstimos garantidos pelas ações da Braskem, utilizadas como colateral durante a crise da Lava Jato, que afetou a empresa há quase uma década. O acordo com a IG4 pode permitir que a Novonor mantenha uma pequena participação na Braskem, enquanto também resolve suas pendências financeiras.
Impacto no mercado
A valorização das ações da Braskem e o potencial fechamento do acordo evidenciam o crescente interesse do mercado em reestruturar a governança da empresa. A Braskem, que reportou um prejuízo de R$ 26 milhões no último trimestre, enfrenta um momento crítico para reverter sua situação financeira. A nova configuração acionária pode trazer estabilidade e confiança ao mercado, ajudando a melhorar a performance financeira da companhia em um setor considerado estratégico para o desenvolvimento econômico do país.
Acordo de indenização em Alagoas
Além das negociações de venda de ações, a Braskem anunciou um acordo com o estado de Alagoas, no valor de R$ 1,2 bilhão, para compensar os danos causados pelo desmoronamento do solo em Maceió, consequência da extração de sal-gema. Este acordo, que será pago ao longo de dez anos, já teve R$ 139 milhões desembolsados. O compromisso inclui compensações para a reparação total de danos patrimoniais e extrapatrimoniais decorrentes do desastre geológico.
Consequências do desmoronamento
O evento geológico, que se intensificou a partir de, causou afundamentos nos bairros de Maceió, afetando milhares de imóveis e forçando a evacuação de mais de 60 mil pessoas. A situação levou a um estado de emergência e a investigações por parte da Polícia Federal, que indiciou 20 pessoas envolvidas no caso. O acordo com Alagoas é um passo significativo para a Braskem, pois busca reparar os danos e restaurar a confiança da população e das autoridades.
O panorama atual da Braskem, marcado por desafios financeiros e legais, exige uma resposta estratégica que não apenas aborde as dívidas, mas também ajude na recuperação da imagem da empresa. O desfecho das negociações com a IG4 e a implementação do acordo com Alagoas são passos cruciais para o futuro da Braskem e sua posição no setor petroquímico.
