Recentemente, o Estado do Espírito Santo avançou na luta contra crimes digitais com a criação do Laboratório de Inteligência Cibernética, conhecido como Ciberlab. Esta nova divisão, parte da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (SESP), foi formalizada pela Portaria nº 055-R, assinada pelo Secretário Leonardo Geraldo Baeta Damasceno.
O principal objetivo do laboratório é modernizar as investigações policiais, especialmente diante do aumento de delitos tecnológicos.
O Ciberlab será integrado à Gerência de Operações Técnicas (GEOT) e terá um papel crucial na coleta de vestígios digitais e na neutralização de ameaças virtuais. Com essa iniciativa, o governo estadual busca aprimorar a capacidade de resposta contra organizações criminosas que utilizam o ambiente digital para cometer delitos.
Estratégias de combate a crimes virtuais
Uma das inovações mais notáveis do Ciberlab é a sua abordagem específica para o combate à lavagem de dinheiro por meio de ativos digitais. Segundo a portaria, o laboratório será responsável por identificar e rastrear criptoativos, um aspecto vital na luta contra o crime organizado. As moedas digitais são frequentemente utilizadas por criminosos para ocultar os frutos de suas atividades ilícitas e financiar operações, tornando essa nova unidade uma ferramenta essencial na repressão a essas práticas.
Monitoramento da darkweb e deepweb
Com uma estrutura que permitirá o uso de tecnologias avançadas, o Ciberlab poderá monitorar áreas ocultas da internet, como a darkweb e a deepweb. Os agentes de segurança serão encarregados de investigar indícios de atividades ilegais e de produzir relatórios técnicos que apoiarão inquéritos policiais e processos administrativos. Essa atuação não se limita à investigação, mas também envolve a disseminação do conhecimento adquirido para outras autoridades de segurança, fortalecendo a prevenção e a manutenção da ordem pública.
Colaboração com entidades privadas e públicas
A nova unidade planeja estabelecer parcerias com instituições privadas, como corretoras de criptomoedas e provedores de conexão. Essa cooperação é fundamental para agilizar a preservação de evidências digitais e para padronizar o atendimento a solicitações legais. Além disso, o laboratório irá colaborar com órgãos de investigação criminal, analisando transações financeiras suspeitas e buscando entender o modus operandi de crimes cibernéticos.
Proteção de infraestruturas críticas
Além de suas funções reativas, o Ciberlab terá um papel essencial na defesa preventiva do Estado. A legislação prevê o monitoramento de ameaças a infraestruturas críticas e setores estratégicos, assegurando que sistemas essenciais estejam protegidos contra incidentes cibernéticos. Para isso, a equipe desenvolverá planos de contingência e estratégias de resposta que visam mitigar riscos e vulnerabilidades.
Adoção de tecnologias de ponta
Uma das características que destacam o Ciberlab é a utilização de inteligência artificial e aprendizado de máquina para automatizar a detecção de ameaças. Essas tecnologias permitirão o processamento rápido de grandes volumes de dados, possibilitando que as autoridades antecipem e neutralizem ataques antes que causem danos significativos. A análise em tempo real representa uma vantagem competitiva na luta contra o crime digital.
Por fim, o Ciberlab não será apenas um centro de investigação, mas também um polo de formação. O laboratório se compromete a oferecer treinamentos e capacitações para servidores públicos e buscará parcerias com centros de pesquisa, empresas privadas e outros órgãos governamentais, incluindo colaborações internacionais. O compartilhamento de melhores práticas será crucial para enfrentar a criminalidade digital de maneira eficaz.
