in

Justiça dos EUA mantém detenção de réu por risco de fuga para o Brasil

No cenário atual das fraudes financeiras, um caso chamou a atenção das autoridades. Douver Torres Braga, cidadão brasileiro, enfrenta sérias acusações nos Estados Unidos relacionadas a um esquema de fraude com criptomoedas. Com a decisão do juiz federal, sua liberdade provisória foi negada, mantendo-o sob custódia enquanto as investigações prosseguem.

O Tribunal Distrital de Seattle decidiu manter Braga preso em 7 de novembro de 2025. Segundo as denúncias, ele estaria no comando do Trade Coin Club (TCC), um esquema que movimentou aproximadamente 290 milhões de dólares.

A acusação especifica que o réu teria desviado cerca de 50 milhões de dólares em Bitcoin de seus investidores, o que eleva a gravidade das alegações contra ele.

Risco de fuga e implicações legais

A principal preocupação das autoridades é o elevado risco de fuga associado a Braga. O juiz salientou que, se ele retornar ao Brasil, onde a extradição de cidadãos não é permitida, sua prisão estaria ameaçada. Isso é ainda mais relevante considerando que o réu possui um considerável patrimônio no Brasil, o que pode facilitar sua evasão.

Ativos ocultos e a estratégia de defesa

A investigação revelou que Braga tem acesso a uma vasta gama de recursos financeiros, com autoridades brasileiras colaborando com o FBI para rastrear seus ativos. Documentos eletrônicos indicam que ele utilizou intermediários para ocultar sua fortuna, que inclui 131 propriedades imobiliárias registradas em seu nome no Brasil. A defesa de Braga argumenta que ele não tem acesso a suas carteiras de criptomoedas, mas o juiz desconsiderou essas alegações, afirmando que os relatórios apresentados não eram confiáveis.

O esquema Trade Coin Club e suas operações

O Trade Coin Club prometia lucros garantidos por meio de um software de negociação, atraindo investidores com a ideia de uma oportunidade segura. No entanto, a estrutura do TCC era semelhante a um esquema Ponzi, onde o dinheiro de novos investidores era utilizado para pagar os antigos, criando uma fachada de sucesso que rapidamente se desmoronou.

Aviso sobre a ilegalidade do esquema

Um advogado que atuou em nome do TCC alertou Braga sobre os riscos legais envolvidos, caracterizando o esquema como uma pirâmide financeira. Apesar dos avisos, o réu aparentemente ignorou as diretrizes legais, levando ao colapso do esquema e às subsequentes investigações.

O status de cidadão brasileiro de Douver Braga foi um fator determinante na decisão do juiz, que considerou as complicações legais envolvidas em uma possível extradição. A legislação brasileira é clara ao afirmar que seus cidadãos não podem ser extraditados para os Estados Unidos, o que coloca Braga em uma posição vantajosa caso consiga escapar para sua terra natal.

Na tentativa de obter sua liberdade, Braga ofereceu uma fiança de 1,6 milhão de dólares em imóveis localizados na Flórida. No entanto, o juiz considerou essa quantia insuficiente para garantir que ele retornasse ao tribunal, reforçando a necessidade de manter a prisão preventiva até que o caso seja completamente resolvido.

Assim, a detenção de Douver Braga permanece válida, enquanto as autoridades continuam a investigar as complexidades de seu envolvimento no esquema de fraude. A situação destaca não apenas os riscos associados ao investimento em criptomoedas, mas também a importância de abordagens legais rigorosas para lidar com fraudes financeiras.

stf estabelece limites para penalidades em caso de descumprimento de obrigacoes fiscais 1762838106

STF Estabelece Limites para Penalidades em Caso de Descumprimento de Obrigações Fiscais