Nos últimos tempos, a Europa tem se destacado como um destino de investimento em um cenário global marcado por incertezas. A instabilidade nas políticas econômicas dos Estados Unidos tem levado muitos investidores a reavaliar suas estratégias e buscar alternativas mais seguras.
Segundo Marc Forster, responsável pela Franklin Templeton no Brasil, a regulação mais sólida e a previsibilidade do mercado europeu estão chamando a atenção de diversos gestores financeiros.
O apelo do mercado europeu
Historicamente, investidores têm direcionado seus recursos para o mercado norte-americano, atraídos por seu dinamismo. Contudo, a percepção de que a Europa oferece um ambiente menos volátil e mais consistente está se consolidando. Forster observa que, enquanto os CLOs (Collateralized Loan Obligations) americanos têm uma exposição significativa ao setor de tecnologia, a Europa se apresenta como uma alternativa com risco mais controlado. Por que não considerar essa mudança? Por exemplo, a exposição dos CLOs europeus aos setores tecnológicos é de cerca de 10%, em comparação com 15% a 20% nos EUA.
Estabilidade e Histórico de Inadimplência
A estabilidade do mercado europeu é evidenciada pelo seu histórico de inadimplência, que se mostra significativamente inferior ao dos Estados Unidos. Essa segurança tem se tornado um dos principais fatores que atraem investimentos para o continente. A confiança dos investidores foi ainda mais consolidada após a crise financeira de 2008, que resultou na implementação do modelo “CLO 2.0”. Este novo modelo não apenas promoveu uma maior transparência, mas também introduziu regulamentos que exigem que os gestores mantenham parte do risco dos investimentos, favorecendo uma abordagem mais responsável.
Resiliência dos CLOs europeus
A resiliência dos CLOs europeus durante crises, como a pandemia de Covid-19, é um aspecto notável. Mesmo em períodos desafiadores, esses instrumentos financeiros conseguiram manter a liquidez e se recuperar rapidamente após a queda inicial dos ativos. A capacidade de recomposição das carteiras de forma eficiente torna-os atraentes para investidores.
Mecanismos de proteção
Os CLOs são formados principalmente por empréstimos corporativos que se ajustam às taxas de juros, oferecendo proteção tanto em cenários de alta quanto de baixa. Além disso, possuem mecanismos automáticos que limitam a aquisição de novos empréstimos de baixa qualidade, assegurando a saúde do portfólio. Isso cria um ambiente mais seguro para investidores que buscam minimizar riscos.
A internacionalização do investidor brasileiro
A internacionalização dos investidores brasileiros está em ascensão, permitindo o acesso a fundos globais com valores mínimos de investimento cada vez mais acessíveis. Essa diversificação financeira é considerada uma estratégia crucial para proteger o capital em momentos de incerteza. Segundo Forster, essa tendência surge como uma resposta natural às flutuações econômicas que têm afetado tanto o Brasil quanto o cenário global.
O mercado europeu, por sua vez, desponta como uma alternativa viável para aqueles que buscam investimentos mais seguros e com um potencial de retorno atrativo. Com uma regulação robusta e um histórico de desempenho confiável, a Europa se estabelece como um verdadeiro porto seguro em meio às turbulências da economia mundial.
