A cena política do Brasil tem atraído a atenção de investidores muito antes do início oficial da campanha eleitoral, indicando um impacto significativo nos mercados financeiros. À medida que figuras políticas-chave se movimentam, as implicações para a economia e oportunidades de investimento se tornam cada vez mais evidentes.
Luiz Eduardo Portella, sócio da Novus Capital, acredita que a atividade antecipada entre os atores políticos sugere que a corrida presidencial de 2026 pode surpreender a muitos. Ele destaca que a ausência de Luiz Inácio Lula da Silva na disputa eleitoral é uma possibilidade forte.
O cenário político em transformação
Portella expressa convicção de que Lula pode optar por não concorrer. Ele argumenta que a visão de Lula sobre o tabuleiro político pode levá-lo a preservar seu legado em vez de se envolver em uma batalha eleitoral arriscada. Portella explica: “Quando Lula avalia o cenário político em estados cruciais como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, além dos desafios no Nordeste, ele pode concluir que terminar sua carreira com uma derrota não vale a pena.”
No entendimento de Portella, Lula só permaneceria como candidato se gozar de boa saúde e perceber uma real ameaça do que ele chama de “direita enlouquecida”, referindo-se à família Bolsonaro e a governadores influentes como Romeu Zema e Ronaldo Caiado. Esse contexto poderia levar Lula a tomar uma decisão estratégica para evitar que seus rivais recuperem o poder.
Principais atores no jogo eleitoral
A análise de Portella considera os movimentos de figuras proeminentes como Tarcísio de Freitas, Governador de São Paulo, e Eduardo Paes, Prefeito do Rio, que buscam ativamente engajar grupos evangélicos para ampliar sua base de apoio. Além disso, o clima político em Minas Gerais é crucial, onde há expectativas por uma candidatura unificada do centro-direita.
Tais colaborações poderiam potencialmente solidificar uma chapa unificada do centro-direita, atraindo apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, apesar de seus desafios legais que o impedem de participar diretamente da eleição. Portella afirma: “Tudo indica um forte arcabouço de apoio, que pode beneficiar muito os ativos brasileiros.”
Respostas do mercado a desenvolvimentos políticos
A expectativa em torno desses desenvolvimentos políticos mantém o sentimento dos investidores otimista, mesmo diante de desafios fiscais. Portella destaca que a previsão de um candidato competitivo do centro-direita pode fomentar otimismo entre os investidores, já que um realinhamento político pode revitalizar os mercados brasileiros.
Ele enfatiza que a bolsa de valores brasileira atualmente apresenta desempenho inferior ao de seus pares globais, sugerindo que um cenário eleitoral mais claro pode abrir caminho para uma recuperação do mercado. Com o afrouxamento monetário em grandes economias fortalecendo as moedas dos mercados emergentes, a perspectiva parece promissora.
Estratégias de investimento em um ambiente em mudança
À medida que o clima político evolui, Portella acredita que uma mudança na ordem econômica pode levar a avanços significativos para o Brasil. Ele prevê que, se as taxas de juros de longo prazo caírem para cerca de 10%, o mercado de ações poderá reagir de forma vigorosa, com muitos investidores atualmente subexpostos a ações.
Além disso, ele observa que a indústria de investimentos de múltiplos mercados contraiu 65%, resultando em uma considerável subavaliação das ações brasileiras. Nesse contexto, um ambiente político favorável poderia atrair capital estrangeiro, fortalecendo o “kit Brasil”—uma coleção de ativos que inclui ações, taxas de juros de longo prazo e moeda.
Luiz Eduardo Portella, sócio da Novus Capital, acredita que a atividade antecipada entre os atores políticos sugere que a corrida presidencial de 2026 pode surpreender a muitos. Ele destaca que a ausência de Luiz Inácio Lula da Silva na disputa eleitoral é uma possibilidade forte.0