FIDCs como ferramenta de investimento: o que você precisa saber

Nos últimos anos, o mercado de capitais brasileiro tem sido dominado pela renda fixa, mas um novo protagonista está chamando a atenção: os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs). Com um crescimento impressionante de 89,6% no volume captado de 2023 para 2024, os FIDCs se consolidaram como a segunda classe mais relevante em termos de volume, superando opções como CRIs e CRAs. Mas o que está por trás dessa ascensão meteórica? Vamos explorar juntos as vantagens e desafios dos FIDCs e entender como eles estão se tornando cada vez mais acessíveis a um público mais amplo.

O que são os FIDCs e como funcionam?

Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios operam na aquisição de dívidas que empresas têm a receber. Mas como isso funciona na prática? Basicamente, essas companhias podem antecipar valores que receberiam no futuro, transformando recebíveis de contratos de aluguel, operações de cartão de crédito e outros créditos em liquidez imediata. É como se fosse uma solução financeira que ajuda muitas empresas a manter a roda girando.

Para os investidores, os FIDCs representam uma oportunidade de lucrar com o prêmio cobrado pelas gestoras em troca da antecipação dos pagamentos, além de assumir o risco de inadimplência. Esta estrutura é elogiada por sua capacidade de pulverizar riscos e proporcionar retornos mais altos, especialmente num cenário onde os spreads em debêntures estão comprimidos. Você já pensou em como os FIDCs podem diversificar sua carteira?

Historicamente, os FIDCs foram criados em 2001, mas sua popularidade e acessibilidade aumentaram apenas recentemente, principalmente após a resolução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que permitiu ao público geral o acesso a esses fundos. O primeiro FIDC aberto ao varejo, o Solis Antares Pioneiro, foi lançado em junho de 2023 e, em seu primeiro ano, entregou um retorno impressionante de 116,36% do CDI. Não é incrível?

O acesso do investidor de varejo aos FIDCs

Apesar do crescimento e das vantagens que os FIDCs oferecem, o acesso a esses fundos tem sido historicamente restrito a investidores qualificados. Com R$ 690,53 bilhões administrados em 3.299 fundos, apenas uma fração (0,18%) está disponível para investidores de varejo. Mas as coisas estão mudando! A nova regulamentação visa democratizar o acesso a esses instrumentos de investimento. Será que estamos realmente no caminho certo?

A percepção de que o público geral poderia impactar negativamente a gestão dos FIDCs, devido a decisões mais voláteis, é um dos fatores que limitou o acesso. No entanto, gestores como Ricardo Binelli, da Solis Investimentos, argumentam que não há entraves significativos para a adaptação dos FIDCs ao público varejista. Ele acredita que, com as estruturas certas, é possível abrir esses fundos sem comprometer sua eficiência original.

Um dos desafios enfrentados pelos gestores é o comportamento potencialmente volátil dos investidores de varejo. Para mitigar esse risco, a Solis incluiu no regulamento a exigência de que 30% da carteira dos fundos seja composta por ativos liquidadas até 60 dias, garantindo maior segurança e estabilidade no gerenciamento dos recursos. Você se sentiria mais seguro investindo em algo assim?

O futuro dos FIDCs no cenário de investimento

O futuro dos FIDCs parece promissor, especialmente considerando que muitos investidores de varejo já demonstravam interesse em participar desse mercado antes da abertura. A demanda superou expectativas, levando gestores a repensar suas estratégias de captação e alocação de recursos. Você gostaria de ser parte desse crescimento?

Os gestores de FIDCs reconhecem que, embora a entrada de investidores de varejo possa impactar a rentabilidade, a posição dos FIDCs em comparação com outras classes de ativos deve se manter estável. Eles ainda acreditam que há uma ampla gama de ativos de crédito que podem ser explorados para garantir retornos robustos.

No entanto, a preocupação com a entrada de investidores inexperientes é válida. Gestores temem que a competição por captar recursos de investidores de varejo possa levar a práticas menos rigorosas e a ofertas de operações não bem estruturadas, prejudicando a imagem de todo o setor. Portanto, é fundamental que tanto investidores quanto gestores estejam preparados e bem informados para navegar nesse novo cenário. Afinal, investir é uma jornada que requer conhecimento e cautela, não concorda?

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