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Estratégias eficazes para investir em períodos de crise global

Num mundo cada vez mais complexo, onde as tensões geopolíticas, como os conflitos entre os Estados Unidos e o Irã e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, estão em alta, a necessidade de estratégias de investimento seguras nunca foi tão evidente.

A volatilidade do mercado pode levar muitos a buscar ações que não só protejam seu capital, mas que também tenham potencial de valorização, especialmente em tempos de crise. E aí, como ajustar seu portfólio para navegar por essas águas turbulentas? Vamos explorar quais setores podem oferecer a segurança que você procura.

O cenário atual e suas implicações para os investimentos

Quando olhamos para o impacto das tensões geopolíticas no mercado financeiro, percebemos que alguns setores costumam se destacar em momentos de incerteza. Os dados históricos mostram que ações de empresas exportadoras e de setores com demanda constante, como petróleo e defesa, são frequentemente vistas como opções mais seguras. Em vez de fazer mudanças drásticas na sua carteira, especialistas recomendam ajustes táticos que reforcem a resiliência das suas posições. Afinal, por que arriscar tudo quando você pode ser mais estratégico?

José Victor Cassiolato, um renomado estrategista, ressalta a importância de identificar ações que são “antifrágeis”. Estas são aquelas que não apenas se protegem, mas que também podem se valorizar em cenários de crise. O foco deve estar em empresas com fundamentos sólidos, que podem se beneficiar de mudanças nas condições de mercado. Um exemplo claro são as empresas do setor de petróleo, que frequentemente veem suas ações valorizadas quando os preços do barril sobem – especialmente em situações de conflito no Oriente Médio.

Ações e setores recomendados para proteção de portfólio

Entre as ações que têm sido indicadas por especialistas para proteger o capital em tempos de crise, destacam-se as da Petrobras (PETR3) e da Prio (PRIO3). Essas empresas são vistas como opções sólidas, graças à sua forte exposição ao mercado de petróleo. E não para por aí: empresas estrangeiras como Chevron (CHVX34) e Exxon Mobil (EXXO34) também entram na lista, oferecendo liquidez e potencial de valorização em mercados agitados.

Outro setor a ser considerado é o de defesa, onde empresas como Northrop Grumman (NOCG34) e Boeing (BOEI34) se destacam. Com a crescente demanda por sistemas de defesa em tempos de incerteza, esses papéis podem oferecer um impulso significativo. Cassiolato ainda menciona a Embraer (EMBR3), cuja divisão de defesa se manteve robusta mesmo em períodos desafiadores. As margens e receitas da empresa aumentaram, evidenciando a força de sua atuação, especialmente em contratos internacionais no setor militar.

Protegendo sua carteira com commodities e empresas de consumo

O ouro, tradicionalmente visto como um refúgio em tempos incertos, merece destaque. Max Bohm, diretor de estratégias, recomenda a exposição a mineradoras como Aura Minerals (AURA33) e Barrick Gold (BARR34), que tendem a se valorizar em cenários de aversão ao risco. Em geral, as commodities podem oferecer uma camada extra de proteção ao portfólio, especialmente em períodos de alta volatilidade.

Além disso, empresas que geram receitas em dólar, como Vale (VALE3) e Suzano (SUZB3), são vistas como opções seguras. Isso porque a moeda americana é um ativo de proteção em momentos de crise. Essas empresas possuem uma estrutura de custos local, mas conseguem gerar receitas em moeda forte, oferecendo um hedge cambial natural. No setor de alimentos, empresas como JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3) também são consideradas boas apostas, já que apresentam uma demanda inelástica, mesmo em tempos desafiadores.

Por último, o setor de energia elétrica, com empresas como Copel (CPLE6) e Eletrobras (ELET3), é frequentemente citado como uma escolha defensiva. A natureza regulada e essencial dessas empresas, aliada à sua capacidade de distribuir dividendos de forma consistente, torna-as bastante atrativas em cenários de incerteza econômica.