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Estratégias de investimento: como as gestoras se adaptam ao cenário econômico

Em um cenário econômico global repleto de incertezas, as gestoras brasileiras estão adotando estratégias diversificadas para proteger e potencializar seus investimentos. Com a aproximação da Super-quarta, quando tanto o Federal Reserve nos Estados Unidos quanto o Banco Central do Brasil tomarão decisões cruciais sobre a política monetária, é essencial compreender como essas decisões influenciam o mercado financeiro.

A análise de dados e a compreensão do comportamento dos ativos são fundamentais para otimizar as posições adotadas pelos fundos de investimento.

Expectativas do mercado em relação às políticas monetárias

Os dados nos mostram que, de acordo com o CME FedWatch, uma impressionante maioria de 96,3% dos investidores acredita que o Federal Reserve irá reduzir os juros em 0,25 ponto percentual. Mas e no Brasil? As expectativas giram em torno da manutenção da taxa Selic. Essa diferença pode criar oportunidades únicas para as gestoras, que buscam se posicionar de forma estratégica. Por exemplo, a Necton Investimentos compilou informações sobre 21 fundos de 19 gestoras, que juntas administram mais de R$ 1,65 trilhão. Esse montante supera o PIB do estado do Rio de Janeiro para 2024, evidenciando a importância dessas decisões monetárias para o mercado financeiro.

Um dos aspectos mais intrigantes é a posição vendida em dólar que muitas gestoras estão adotando. Empresas como Legacy Capital, Ibiuna e ASA preveem uma possível desvalorização do dólar em relação a outras moedas emergentes. Isso se reflete na carta mensal do fundo Hedge da ASA, que destacou a estabilidade do dólar frente a outras moedas, o que pode indicar um crescimento moderado da economia americana.

Movimentações em ativos e commodities

No que diz respeito ao mercado de juros, o foco está nas curvas do Brasil e do México, onde as gestoras preveem cortes adicionais nas taxas. A Ibiuna, por exemplo, mantém posições táticas em juros nominais, buscando aproveitar a expectativa de inflação mais comportada. Com essa estratégia, eles buscam se beneficiar de um cenário que, segundo suas análises, pode ser favorável para cortes na taxa de juros.

Em relação ao mercado de ações, as opiniões estão mais dispersas. Gestoras como Verde Asset e Kinea estão otimistas com o Ibovespa, acreditando que as empresas brasileiras podem se valorizar em um ambiente de juros em queda. A Kinea, por sua vez, tem explorado opções de compra no EWZ, um ETF que reúne ações brasileiras, demonstrando uma abordagem proativa para capitalizar sobre as oportunidades que surgem em meio à volatilidade do mercado.

Considerações finais sobre o cenário de investimento

Com as gestoras adotando posturas cautelosas e ao mesmo tempo otimistas, o mercado de investimentos se apresenta como um campo fértil para quem busca diversificação e oportunidades. O tom predominante nas gestoras é de neutralidade, mas com uma inclinação positiva, especialmente em relação às empresas de tecnologia e setores ligados à propaganda digital. A Legacy Capital e a Kinea, por exemplo, estão confiantes na valorização deste setor, buscando se posicionar estrategicamente à medida que o cenário econômico evolui.

As apostas em commodities também revelam uma diversidade de estratégias. Enquanto algumas gestoras apostam em ouro e gás natural, outras estão mais cautelosas em relação ao petróleo, refletindo a complexidade do mercado global. A abordagem diversificada das gestoras mostra que, mesmo em tempos de incerteza, é possível encontrar oportunidades valiosas que podem ser exploradas com uma análise aprofundada e uma compreensão clara do comportamento do mercado.