A proposta de regulamentação do mercado de bitcoin e criptomoedas no Brasil, apresentada pelo Banco Central, tem gerado um debate acalorado entre especialistas e empresários do setor. Com o objetivo de estabelecer um ambiente mais seguro e transparente, as novas regras são vistas por muitos como um retrocesso, especialmente no que diz respeito à autocustódia dos ativos digitais pelos brasileiros. Como essas mudanças impactarão a forma como os investidores lidam com suas criptomoedas?
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Críticas à nova regulamentação
Peter Turguniev, apresentador do canal ANCAPSU e influente nas redes sociais, teceu duras críticas à nova legislação. No vídeo intitulado “VANGUARDA do ATRASO: REGULAMENTAÇÃO do BC garante que CRIPTOS no BRASIL se TORNAM SEM SENTIDO”, ele argumentou que as regras impostas pelo Banco Central são danosas para a autocustódia de criptomoedas. Segundo Turguniev, a nova regulação praticamente proíbe os brasileiros de manterem suas criptomoedas em carteiras pessoais, obrigando-os a transferir os ativos para corretoras locais e a declarar a posse dessas carteiras.
Implicações para corretoras nacionais
Turguniev aponta que essa prática impõe um cerco que restringe as opções dos cidadãos. Ao adquirir criptomoedas em uma corretora brasileira, o usuário é obrigado a notificar o governo sobre a nova carteira e a identidade de qualquer pessoa que receba transferências. Essa burocracia, segundo ele, pode desestimular o comércio de criptomoedas no Brasil, favorecendo corretoras internacionais que não enfrentam as mesmas exigências.
Luiz Parreira, proprietário da corretora Bipa, também se pronunciou sobre as novas diretrizes do setor. Ele destacou que a regulação pode criar um ambiente onde os serviços financeiros se tornem mais caros e menos acessíveis para o consumidor. Segundo Parreira, “o Bacen apertando o cerco para instituições financeiras, incluindo as de criptomoedas, indica que os serviços financeiros no Brasil vão estagnar e ficar cada vez mais caros. Quem paga a conta, infelizmente, é o brasileiro”. Essa análise suscita preocupações sobre a viabilidade das corretoras brasileiras em um mercado que se mostra cada vez mais competitivo.
Reações do mercado e alternativas
A nova regulamentação, que entrará em vigor em fevereiro de 2026, gerou reações preocupadas no mercado. Renato Trezoitão, um defensor do bitcoin no Brasil, expressou suas inquietações. Desde 2016, ele alerta sobre os desafios que as corretoras locais enfrentam. Agora, Trezoitão destaca que a nova resolução altera de forma significativa o compliance e a transparência exigidos das exchanges nacionais.
Para ajudar os investidores, ele lançou um treinamento focado em autocustódia. A iniciativa visa ensinar os brasileiros a armazenar suas criptomoedas de maneira segura, antecipando-se às novas regras que se aproximam. Afinal, como garantir a segurança dos ativos em um cenário regulatório em transformação?
A importância da autocustódia
Trezoitão destacou que a “janela está se fechando” para quem busca operar com segurança no mercado de criptomoedas. Ele enfatizou que, à medida que as regras se tornam mais rigorosas, é provável que indivíduos e empresas que atuam com bitcoin no Brasil procurem alternativas fora do país. Segundo ele, “na dúvida, cumpra o seu dever. Desde 2016, tenho afirmado que as corretoras nacionais têm os dias contados”.
Diante desse cenário, muitos brasileiros estão recorrendo ao uso de VPNs para acessar plataformas internacionais de negociação, tentando contornar as restrições impostas pela nova regulamentação. Essa mudança pode provocar um deslocamento significativo de capital e expertise para fora do país, levantando importantes questões sobre o futuro do mercado de criptomoedas no Brasil.
Impacto das Novas Regras do Banco Central nas Criptomoedas
As novas regras propostas pelo Banco Central trazem desafios significativos para o mercado de criptomoedas no Brasil. Especialistas e empresários do setor expressam preocupação quanto ao impacto que a regulamentação pode ter sobre a autocustódia e a competitividade das corretoras locais. Como essas mudanças irão moldar o comportamento dos investidores? É uma questão que requer atenção. O futuro das operações de criptomoedas no Brasil depende de como o mercado se adapta a essas novas diretrizes.
