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Desempenho dos fundos de investimento no primeiro semestre de 2025

O primeiro semestre de 2025 trouxe à tona desafios significativos para os fundos de investimento no Brasil. Com um cenário de captação negativa, o desempenho superou apenas o que foi registrado em 2023. Mas o que isso realmente significa para o mercado financeiro e para as escolhas dos investidores? Vamos mergulhar nas nuances desse desempenho e analisar os dados disponíveis, entendendo suas implicações para o futuro dos investimentos no país.

Desempenho geral dos fundos de investimento

Ao olharmos para a captação de fundos, os números falam por si. Nos primeiros seis meses de 2025, houve um resgate líquido de R$ 37,8 bilhões. Para se ter uma ideia, no mesmo período do ano anterior, os fundos haviam captado impressionantes R$ 107,1 bilhões. Apesar de uma leve recuperação em junho, com uma captação de R$ 13,6 bilhões, o saldo geral ainda é negativo, o que levanta preocupações sobre a volatilidade do setor.

A renda fixa continua a se destacar como a classe de ativos com melhor desempenho, apresentando um saldo positivo de R$ 59,4 bilhões. Por outro lado, os fundos multimercados estão enfrentando desafios sérios, com resgates que totalizam um saldo negativo de R$ 78,9 bilhões até junho. E não para por aí: os fundos de ações também sofreram, com um resgate líquido expressivo de R$ 43,6 bilhões. Curiosamente, os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) mantêm uma tendência de captação, com um saldo positivo de R$ 20,8 bilhões até agora.

Volatilidade e desafios do mercado

Os dados divulgados pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) revelam uma crescente volatilidade nos mercados. Pedro Rudge, diretor da Anbima, destacou que o movimento nas captações líquidas é errático, dificultando a compreensão dos motivos por trás dos meses positivos e negativos. A continuidade dos resgates nos fundos multimercados é especialmente preocupante, pois mostra que o patrimônio líquido do segmento caiu de R$ 1,7 trilhão em julho do ano passado para R$ 1,5 trilhão em julho de 2025.

Outro ponto relevante é a redução do número de contas que investem em fundos multimercados, que caiu em 7,5%, assim como o total de fundos, que passou de 12.865 para 12.096. Rudge também mencionou como a tributação nos fundos fechados tem afetado negativamente essa categoria. Porém, mesmo em meio a esses desafios, a recuperação na performance dos multimercados é um sinal positivo, com segmentos específicos apresentando rentabilidades que variam de 6,5% a 12,6%.

Perspectivas para o futuro

Com a manutenção de juros altos, é natural que os investidores comecem a buscar alternativas mais conservadoras que ofereçam rentabilidades mais atraentes. Essa tendência pode explicar a falta de interesse pelos fundos de investimento nos últimos três anos. Rudge menciona um movimento de consolidação entre as gestoras, que estão se adaptando e adotando novas estratégias para se manter competitivas no mercado.

Embora a captação tenha diminuído em comparação ao primeiro semestre de 2024, os fundos de renda fixa ainda se destacam, alcançando um patrimônio líquido de R$ 4 trilhões em junho, o que representa um aumento de 11,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Entretanto, a desaceleração na captação pode ser atribuída aos resgates em fundos de crédito privado, que enfrentaram uma redução nos prêmios em relação aos títulos públicos, refletindo um desafio na rentabilidade.

Os dados da Anbima também mostram um crescimento na importância dos fundos de crédito privado, que aumentaram sua participação no mercado, passando de 5% para 7% da indústria em um ano. A concentração de ativos em títulos de crédito privado também está em ascensão, o que indica uma preferência crescente dos investidores por essa classe de ativos. Afinal, será que estamos diante de uma nova era de investimentos no Brasil?

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