O mercado financeiro anda cauteloso em relação aos resultados do segundo trimestre de 2023 da WEG (WEGE3), que foram divulgados recentemente. Apesar de um lucro líquido de R$ 1,592 bilhão, representando um aumento de 10,4% em comparação ao mesmo período do ano passado, as ações da companhia sofreram uma queda significativa de 5,13% no dia da divulgação. O que será que está por trás dessa reação dos investidores? Vamos entender melhor os fatores envolvidos e as implicações para o futuro da empresa.
O que impactou o desempenho das ações?
De acordo com análises do Safra, o desempenho da WEG foi considerado “pouco animador”. Isso se deve, em grande parte, à valorização do dólar, que subiu 8,8% em relação ao real, além da consolidação das empresas Marathon, Cemp e Rotor, adquiridas em 2023. Se não fossem esses fatores, a empresa teria mostrado um crescimento orgânico de 6,3% em reais, embora tenha registrado uma redução de 2,3% em dólares. Impressionante, não é? Essa situação revela como as flutuações cambiais e a dinâmica do mercado podem impactar diretamente a performance de uma empresa, especialmente em um ambiente global tão incerto.
Além disso, o Goldman Sachs destacou que os altos juros no Brasil e a incerteza macroeconômica global estão pressionando a entrega de projetos de longo ciclo, especialmente na divisão de motores elétricos — que representa cerca de 50% da receita consolidada no trimestre. Isso nos faz pensar: será que a WEG está realmente preparada para enfrentar esses desafios?
Expectativas para os dividendos e recomendações de investimento
As expectativas em relação aos dividendos da WEG para o segundo semestre de 2023 têm gerado debates acalorados entre os analistas. O Safra, por exemplo, adotou uma recomendação neutra, sugerindo que os investidores não devem nem comprar nem vender, devido à incerteza do cenário macroeconômico. Por outro lado, a XP também se mostra cautelosa, levantando três riscos principais que ainda merecem atenção.
No entanto, a Genial traz uma perspectiva mais otimista, mantendo a recomendação de compra das ações. Esse otimismo se baseia no fato de que, pela primeira vez em cinco anos, a WEG está negociando com um desconto de 7% no P/E, em contraste com sua média histórica de prêmio de 30%. Isso levanta uma questão interessante: será que, mesmo diante das dificuldades atuais, a empresa ainda possui vantagens competitivas que podem impulsionar seu crescimento no futuro?
Dividendos e retornos para investidores
A WEG anunciou recentemente o pagamento de R$ 719,35 milhões em dividendos extraordinários, equivalendo a R$ 0,171 por ação. O pagamento está programado para ocorrer em 28 de agosto para os investidores que mantiverem ações até 25 de julho. Para 2023, a expectativa de dividend yield é de 1,16% ou R$ 0,48 por ação, embora a projeção de proventos seja de 2,07% (R$ 0,80 por ação). Isso significa que ainda há um espaço a ser preenchido para que os dividendos atinjam as expectativas. Como será que a WEG vai lidar com isso?
Para aqueles investidores que buscam retornos apenas através de dividendos, a análise sugere que as ações da WEG podem não ser a melhor escolha. Afinal, o foco principal da empresa deve ser o crescimento e a valorização do preço das ações. Em um cenário onde as empresas estão aumentando seus dividendos em média em 33% no segundo semestre, a WEG precisará reavaliar suas estratégias de distribuição de lucros para se alinhar com as expectativas do mercado. Será que essa reavaliação está nos planos da companhia?