A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Íris promoveu uma nova audiência para investigar a empresa Tools For Humanity, que oferece recompensas financeiras em troca do escaneamento de íris dos cidadãos. A reunião, realizada no dia 9 de dezembro, contou com a presença do influenciador digital Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca. Ele se destacou pela sua atuação na proteção de crianças e adolescentes na internet, trabalho que recebeu reconhecimento nacional.
Recentemente, sua contribuição foi fundamental para a atualização do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), especialmente no que diz respeito à segurança online.
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Investigação sobre a Tools For Humanity
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Íris está concentrada na análise das práticas da Tools For Humanity, especialmente no que se refere à coleta de dados biométricos e à compensação oferecida em ativos digitais. Durante a audiência, a presidente da comissão, Janaina Paschoal (PP), enfatizou que a empresa recorreu a intermediários para facilitar sua atuação junto a órgãos públicos, com o objetivo de obter aprovações de legislações que favorecessem suas operações. Um dos projetos sob análise é o ECA Digital, que, segundo Paschoal, foi acelerado por um vídeo da Felca.
Relação entre Felca e a Tools For Humanity
Durante a audiência, Felca foi indagado sobre uma possível relação comercial com a Tools For Humanity. O influenciador destacou, de forma clara, sua negativa: “Não houve qualquer tipo de contato ou proposta da Tools For Humanity com minha equipe ou comigo”. Com isso, ele procurou afastar rumores sobre uma suposta parceria entre ele e a empresa sob investigação.
Questões sobre a segurança dos dados
A relatora da CPI, a vereadora Ely Teruel (MDB), expressou preocupações acerca da segurança no armazenamento de dados biométricos sob a responsabilidade de uma corporação estrangeira. Durante a discussão, Felca destacou que essa prática pode ser arriscada. “É muito interessante para várias empresas ter acesso a dados, e quanto mais precisos forem, mais problemas podem surgir”, afirmou.
Ele alertou que a coleta de dados sensíveis pode resultar em um uso impróprio dessas informações, gerando vulnerabilidades que afetam a privacidade dos cidadãos. Como sempre ocorre quando se trata de dados críticos, a proteção e a ética no uso dessas informações devem ser prioridades inegociáveis.
Convocação de instituições financeiras
A ausência de representantes do Banco Central e da Receita Federal na audiência, mesmo após a convocação pela segunda vez, gerou descontentamento entre os membros da CPI. Essa situação levou à aprovação de uma solicitação para que essas instituições compareçam e esclareçam a legalidade das transações que envolvem pagamentos em ativos sem regulamentação oficial no país. A presidente da CPI destacou: “Queremos entender, sob a perspectiva desses órgãos, se é lícito estabelecer contratos utilizando uma moeda inventada pelo contratante”.
Próximos passos da CPI
A CPI da Íris entrará em recesso e retornará oficialmente em fevereiro de 2026. Durante esse intervalo, novos depoimentos estão agendados, incluindo a convocação de representantes da Defensoria Pública e um novo chamado para a própria Tools For Humanity. Os vereadores que se destacaram nas audiências foram Gilberto Nascimento (PL), Sansão Pereira (REPUBLICANOS) e João Ananias (PT), entre outros.
Com a continuidade das investigações, a CPI pretende aprofundar a análise das práticas da Tools For Humanity. O objetivo é assegurar que a legalidade e a ética sejam respeitadas no tratamento e na segurança dos dados dos cidadãos. Como sempre ocorre em processos desse tipo, a transparência será fundamental para garantir a confiança da população nas instituições.
