No dia 17 deste mês, o Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (Copom) decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano, repetindo a decisão de julho. Esse anúncio reacendeu discussões entre investidores sobre as melhores estratégias para alocar seus recursos enquanto as taxas de juros permanecem altas, embora reduções possam ser esperadas em um futuro próximo.
A decisão não surpreendeu os analistas de mercado, que previam amplamente esse resultado com base nas indicações anteriores do Banco Central.
Diante desse cenário, os investidores buscam otimizar seus portfólios frente a essas taxas de juros.
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Estratégias de Investimento em Renda Fixa
No campo da renda fixa, a pergunta crucial é: como os investidores devem equilibrar seus portfólios entre os diferentes indexadores? Especialistas financeiros apontam que existem diversas oportunidades entre os títulos públicos, cada um com benefícios únicos. Segundo Raphael Figueredo, conhecido como Rafi, estrategista de ações da XP Research, a atratividade da renda fixa não diminui a apelo das ações. Ele destaca que, apesar do ambiente de juros altos, o índice Ibovespa teve um desempenho excepcional este ano.
Alocação Ideal em Títulos Públicos
Os especialistas aconselham que o atual ambiente financeiro apresenta opções viáveis dentro dos três principais títulos da dívida pública brasileira. Andressa Bergamo, especialista em investimentos e sócia da AVG Capital, sugere que investidores com horizontes de curto prazo priorizem os títulos do Tesouro atrelados à Selic, enquanto aqueles que buscam investimentos de médio prazo (dois a três anos) devem considerar títulos de taxa fixa. Para investimentos de longo prazo, a recomendação é optar por títulos atrelados à inflação.
Com o mercado antecipando cortes nas taxas de juros, garantir taxas atrativas agora é fundamental. Gabriel Santos, especialista em investimentos da Bloxs, enfatiza a importância de manter títulos atrelados à inflação no portfólio para assegurar um retorno real e proteger o poder de compra. Enquanto isso, os títulos atrelados à Selic continuam a oferecer rendimentos atraentes, mesmo quando considerados a opção mais segura no Brasil.
Análise de Riscos de Crédito em Investimentos Privados
A combinação de taxas de juros elevadas e spreads comprimidos exige uma investigação minuciosa sobre a saúde financeira dos emissores de vários títulos, incluindo certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs), debêntures e letras de crédito (LCIs e LCAs). De acordo com Otávio Faria, analista de crédito da Eleven, atualmente há poucos ativos atraentes que oferecem uma margem suficiente em relação aos títulos públicos, tornando imperativo analisar a capacidade de pagamento da empresa mais do que os retornos ou as datas de vencimento dos títulos.
Foco em Investimentos de Alta Qualidade
Vitor Duarte, diretor de investimentos da Suno Asset, sugere que as oportunidades mais atraentes em crédito privado estão nos títulos incentivados, especialmente CRIs e CRAs de empresas respeitáveis, além de LCIs e LCAs que se beneficiam do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Ele aconselha os investidores a melhorar a qualidade de seus portfólios e evitar ofertas de maior rendimento que apresentam riscos significativamente maiores. Nesse contexto, empresas de médio porte, que frequentemente enfrentam dificuldades em períodos de política monetária restritiva, devem ser abordadas com cautela.
Mercado de Ações e Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs)
Apesar das altas recentes, analistas argumentam que o índice Ibovespa ainda tem espaço para crescimento adicional. No entanto, como observa Leonardo Santana, da Top Gain, os investidores devem agir com cautela devido ao potencial de realização de lucros. Esse delicado equilíbrio entre otimismo e cautela se alinha a uma estratégia clássica que enfatiza o investimento em ações de alta qualidade com posições consolidadas no mercado.
Régis Chinchila, da Terra Investimentos, identifica empresas como Sabesp, Eletrobras e Vivo como boas escolhas para investimentos defensivos devido à sua robusta distribuição de caixa. No setor financeiro, Itaú e Santander são recomendados por suas fortes capacidades de pagamento de dividendos.
Diversificação e Oportunidades Setoriais
Além das estratégias tradicionais de investimento, diversificar com ações de setores cíclicos também é aconselhável. Rafi destaca que, dentro dos setores, sempre há performers e underperformers, sublinhando a importância da seleção cuidadosa das ações. Investidores que buscam assumir mais riscos em troca de retornos potencialmente maiores podem encontrar oportunidades nos setores de varejo e construção, ambos com apreciação significativa, mas ainda com espaço para crescimento.
A decisão não surpreendeu os analistas de mercado, que previam amplamente esse resultado com base nas indicações anteriores do Banco Central. Diante desse cenário, os investidores buscam otimizar seus portfólios frente a essas taxas de juros.0
A decisão não surpreendeu os analistas de mercado, que previam amplamente esse resultado com base nas indicações anteriores do Banco Central. Diante desse cenário, os investidores buscam otimizar seus portfólios frente a essas taxas de juros.1

