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Como os fundos imobiliários podem gerar renda passiva consistente

Os fundos imobiliários (FIIs) têm atraído um número crescente de investidores em busca de construir uma renda passiva. Essa atração se deve principalmente à possibilidade de receber proventos mensais isentos de imposto de renda. Com isso, o mercado de FIIs se torna um dos mais acessíveis na B3, contando com quase 3 milhões de cotistas e uma ampla gama de opções, que vão desde shoppings até galpões logísticos.

Entendendo o cenário dos fundos imobiliários

Um fundo que se destaca nesse contexto é o GGRC11 (GGR Covepi Renda Logística), conhecido por sua atuação no segmento de galpões industriais. Em julho, o fundo reportou um resultado de R$ 12,9 milhões, distribuindo R$ 0,10 por cota. Isso resulta em um dividend yield de 1,02% em um único mês, o que equivale a 12,3% ao ano. A base de cotistas do fundo já ultrapassa 186 mil, evidenciando a crescente popularidade dos FIIs entre os investidores.

Para ilustrar a importância da estratégia de reinvestimento, um levantamento recente analisou o desempenho de um investidor que aplicou R$ 50 mil no GGRC11 há um ano. Os dados revelam que aqueles que reinvestiram todos os dividendos teriam hoje R$ 51.042, um ganho de 2,08%. Em contraste, os investidores que optaram apenas por receber os proventos sem reinvestir veriam seu capital reduzido a R$ 45.240, representando uma perda de 9,52%. Essa diferença significativa ressalta o impacto da capitalização e a importância de manter a disciplina de reinvestimento, especialmente em um cenário de descontos nas cotas.

A dinâmica do mercado e a gestão do fundo

O mercado de FIIs, conforme indicado pelo IFIX, que é o índice dos fundos imobiliários mais negociados na B3, enfrentou desafios em 2024, registrando uma queda acumulada de cerca de 5,89%. Contudo, o índice tem mostrado sinais de recuperação, refletindo uma maior valorização patrimonial dos FIIs. Segundo Otmar Schneider, analista da Nord Investimentos, o GGRC11 é um fundo híbrido focado em logística e indústria, apresentando características que justificam seu desconto atual no mercado.

Com um valor de mercado em torno de R$ 1,4 bilhão, o GGRC11 está cerca de 12% abaixo de seu valor patrimonial, o que pode ser visto como uma oportunidade para investidores que buscam renda. O fundo apresenta uma dívida anualizada de aproximadamente 12,3%, que está acima da média do setor, em parte devido à percepção de risco associado aos seus ativos. Schneider destaca que cerca de 85% da carteira do fundo é composta por contratos atípicos, com uma concentração significativa no estado de São Paulo e presença em outras regiões do Brasil.

O papel dos inquilinos e a resiliência do fundo

Entre os principais inquilinos do GGRC11 estão grandes empresas como Ambev e Americanas, que cada uma responde por cerca de 14% dos contratos do fundo. Esse portfólio diversificado, aliado ao pagamento robusto de dividendos, tem permitido ao fundo superar benchmarks como o CDI e a inflação em períodos de longo prazo. Essa trajetória mostra que, apesar da volatilidade do mercado, o GGRC11 mantém uma estrutura sólida que pode ser atraente para investidores em busca de uma fonte confiável de renda.

No cenário atual, o CEO da Zagros Capital, Pedro Van Den Berg, mencionou que o fundo conseguiu manter um rendimento próximo de R$ 0,10 por cota ao longo do primeiro semestre, mesmo diante da pressão de juros altos e das alternativas mais atraentes na renda fixa, como NTN-Bs e Tesouro Selic. Além disso, o fundo tem avançado na gestão de sua alavancagem, mantendo a relação entre dívida e ativos abaixo de 15%, um nível considerado confortável pela gestão.