Em recentes discussões sobre o cenário financeiro brasileiro, Rodrigo Azevedo, sócio da Ibiuna Investimentos, destacou o papel significativo que fatores globais desempenham na formação do comportamento do mercado, especialmente à medida que se aproxima a eleição de 2026. Embora os desenvolvimentos políticos possam influenciar o sentimento dos investidores, Azevedo argumenta que as influências imediatas estão mais ligadas ao clima econômico internacional do que à corrida eleitoral em si.
As dinâmicas da próxima eleição presidencial realmente mudaram percepções, especialmente após uma queda notável nas taxas de aprovação do presidente Lula no início de 2024.
Essa mudança gerou uma perspectiva mais competitiva em relação às suas chances de reeleição, com o consenso entre especialistas agora considerando o cenário como uma proposição 50-50. No entanto, Azevedo alerta que, até que indicadores mais claros surjam, o ambiente de investimento permanecerá fortemente influenciado por fatores externos.
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Políticas monetárias globais como principal motor
Azevedo aponta para as medidas de afrouxamento monetário em curso, implementadas pelo Federal Reserve, como um dos principais catalisadores para os movimentos do mercado. Essa política está proporcionando um influxo de liquidez no sistema, o que, por sua vez, apoia ativos mais arriscados. Segundo Azevedo, os princípios estabelecidos da macroeconomia global sugerem uma estratégia clara: quando o Fed reduz as taxas de juros, os investidores geralmente respondem comprando ações, investindo em títulos de curto prazo, desinvestindo do dólar e adquirindo metais preciosos.
Altas recordes em metais preciosos
Refletindo essa tendência, o preço do ouro para entrega em dezembro atingiu níveis sem precedentes recentemente, fechando a aproximadamente US$3.855,20 por onça troy, marcando um aumento de 1,21%. Esse aumento ressalta a atratividade do ouro como um hedge contra a incerteza econômica e a inflação, especialmente em um clima de expansão monetária.
Estratégias de investimento em meio à volatilidade política
À luz desses desenvolvimentos, Azevedo destacou como a Ibiuna Investimentos se posicionou estrategicamente para capitalizar essas tendências globais. A empresa fez investimentos calculados em taxas de juros de curto prazo em vários países, tomou posições vendidas contra o dólar e manteve alocações modestas em metais preciosos.
No entanto, Azevedo adverte sobre a necessidade de evitar posturas excessivamente agressivas no mercado brasileiro. Ele sugere que o ambiente político atual requer uma abordagem delicada. Embora o potencial para uma mudança no cenário eleitoral possa alterar drasticamente as probabilidades de investimento, a falta de clareza neste momento exige uma estratégia cautelosa. Ele observou: “Não é prudente manter uma posição vendida no Brasil, dado que uma reviravolta eleitoral pode redefinir todo o cenário. No entanto, estar excessivamente investido sem uma perspectiva clara também é desaconselhável.”
Perspectivas para 2026
Como Azevedo apontou, apenas após o segundo trimestre de 2026 haverá uma imagem mais clara do cenário eleitoral, permitindo decisões de investimento mais informadas. Até lá, o tema predominante para os investidores provavelmente continuará sendo o ambiente de política monetária global, que continua a exercer um efeito profundo nos mercados em todo o mundo.
Em síntese, enquanto a corrida eleitoral brasileira atrai atenção, a influência das condições econômicas externas é fundamental. Os investidores são aconselhados a manter um olhar atento sobre as tendências e políticas internacionais, pois estas provavelmente ditarão o desempenho dos mercados locais no futuro próximo.