Recentemente, o mercado global de petróleo passou por um verdadeiro turbilhão após um ataque dos Estados Unidos ao Irã, o que fez os preços dispararem na hora. Mas essa alta não durou muito, pois o anúncio de um cessar-fogo trouxe um alívio temporário às tensões.
E agora, surge uma dúvida: como essas oscilações no preço do petróleo e a dinâmica geopolítica afetam as ações da Petrobras e sua capacidade de distribuir dividendos?
A oscilação dos preços do petróleo e a Petrobras
Quando pensamos no impacto geopolítico no setor de petróleo, os especialistas nos mostram que, mesmo com essa trégua entre os EUA e o Irã, a instabilidade global pode manter os preços em alta no curto e médio prazos. Inicialmente, isso parece ser uma boa notícia para a Petrobras, que poderia se beneficiar com uma geração de caixa robusta e uma valorização das suas ações. Mas cuidado! Essa é apenas uma parte da história.
Outro ponto importante é a atuação da OPEP+, que decidiu manter um aumento gradual na produção de petróleo. A Agência Internacional de Energia (AIE) já está projetando um excedente significativo na produção, o que pode pressionar os preços para baixo, especialmente se a demanda global não acompanhar esse crescimento na oferta. Como isso pode afetar a Petrobras? A resposta é simples: diretamente, pois isso impacta sua capacidade de gerar lucros e, consequentemente, de distribuir dividendos.
Fatores internos e sua influência nas decisões da Petrobras
Mas não para por aí! Além dos desafios externos, a Petrobras também enfrenta questões internas que podem influenciar sua valorização e a distribuição de dividendos. Entre esses fatores, temos a política de preços dos combustíveis, os riscos de interferência política e a gestão da governança corporativa. E não podemos esquecer do nível de endividamento da companhia, que atualmente é considerado saudável. A alavancagem abaixo de 1x dívida líquida sobre EBITDA dá à empresa uma certa flexibilidade, como apontam os analistas do setor.
No entanto, a previsão de um aumento significativo no Capex, estimado em cerca de US$ 102 bilhões para o período de 2024 a 2028, é algo que merece atenção. A gestão eficiente desses recursos será fundamental para garantir a saúde financeira futura da Petrobras e, portanto, sua capacidade de remunerar os acionistas. Qualquer desvio na execução dessa agenda pode ter consequências diretas na distribuição de dividendos.
Expectativas para o dividend yield e o futuro da Petrobras
Atualmente, a taxa de retorno por dividendos da Petrobras está em torno de 17%. No entanto, as projeções para o segundo semestre de 2025 são mais cautelosas, variando entre 12% e 14%. Isso sugere que, apesar de um potencial para dividendos extraordinários, a empresa precisa se mover com prudência. A presidente-executiva da Petrobras, Magda Chambriard, já deixou claro que a companhia se esforçará para pagar dividendos adicionais, mas o mercado de petróleo desempenha um papel crucial nesse processo.
Além disso, os analistas ressaltam que a possibilidade de pagamentos adicionais não depende apenas do ciclo de preços da commodity, mas também da geração de caixa livre e das prioridades de investimento da empresa. Se o preço do barril se mantiver acima de US$ 70 e a Petrobras conseguir controlar seus investimentos de Capex, pode haver espaço para a companhia repetir dividendos pontuais. Contudo, a necessidade de amortização da dívida e as incertezas regulatórias permanecem como fatores limitantes.
Em suma, o valuation da Petrobras continua atrativo, mas sua desvalorização em comparação com os concorrentes é geralmente atribuída às frequentes intervenções estatais. Isso é algo que os investidores devem avaliar com atenção, pois a continuidade dessa gestão pode impactar significativamente os fundamentos da distribuição de dividendos no futuro.