Na quarta-feira, 12 de novembro, a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos deu um passo decisivo ao aprovar um projeto de lei que encerrará o que se tornou o shutdown mais longo da história americana, com 43 dias de duração.
A nova proposta agora aguarda a sanção do presidente Donald Trump, que se espera que aconteça ainda no mesmo dia.
Essa paralisação governamental, que começou em 1º de outubro devido a desavenças orçamentárias entre democratas e republicanos, resultou em uma série de impactos diretos na vida cotidiana dos cidadãos, como cancelamentos de voos e atrasos em serviços essenciais.
A aprovação do projeto de lei
O projeto que visa restaurar o funcionamento das agências federais foi aprovado com um placar de 222 votos a 209, onde apenas dois republicanos se opuseram à medida e seis democratas a apoiaram. Este acordo já havia sido previamente aprovado pelo Senado na segunda-feira, 10 de novembro, após um longo processo que viu 14 propostas anteriores serem rejeitadas.
Consequências diretas da paralisação
A interrupção das atividades governamentais levou a cancelamentos de mais de 900 voos apenas na quarta-feira, afetando a mobilidade e causando transtornos a milhares de passageiros. Os aeroportos operaram em capacidade reduzida e diversos serviços essenciais foram suspensos, revelando a fragilidade do sistema diante da falta de financiamento.
Além disso, a paralisação resultou na suspensão da divulgação de importantes indicadores econômicos, o que foi considerado prejudicial por líderes do Federal Reserve na avaliação da política monetária e das taxas de juros. A incapacidade de obter dados relevantes comprometeu a análise do cenário econômico, gerando incertezas no mercado financeiro.
O impacto político da crise
Essa crise orçamentária não apenas afetou a administração pública, mas também trouxe consequências para a imagem do governo. Durante o período de shutdown, a desaprovação de Trump aumentou de 53% para 54%, segundo dados do site RealClearPolitics. Essa queda na popularidade do presidente se deve, em grande parte, à incapacidade de chegar a um acordo que beneficie a população.
Expectativas futuras
Com a aprovação do novo orçamento, espera-se que o governo retome suas atividades plenamente em poucos dias. O pacote legislativo abrange um financiamento de curto prazo, garantindo a reintegração de servidores demitidos e o pagamento retroativo a estes profissionais. Além disso, a medida protege os funcionários contra novas demissões até o final de janeiro de.
Por outro lado, a necessidade de um novo orçamento até o final de janeiro do próximo ano levanta preocupações sobre a possibilidade de uma nova paralisação. O projeto atual, que prorroga o financiamento até então, não resolve problemas de subsídios de saúde que estão prestes a expirar, o que pode gerar novas tensões entre os partidos.
Enquanto isso, a pressão sobre o governo para garantir a continuidade dos programas sociais, como o SNAP (assistência alimentar), permanece alta, especialmente em um cenário onde famílias de baixa renda dependem desse auxílio. A normalização dos serviços públicos e a recuperação da confiança da população serão desafios a serem enfrentados nas próximas semanas.
