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Análise da Resiliência do IFIX em Meio às Altas Taxas da Selic

O IFIX, o principal índice dos fundos de investimento imobiliário na B3, tem demonstrado uma resiliência notável, permanecendo próximo a seus picos históricos. No final de setembro, o índice alcançou 3.589,44 pontos, marcando seu décimo segundo recorde mensal, mesmo com a taxa Selic mantida em 15%.

Em uma recente discussão no programa Liga de FIIs no InfoMoney, Danilo Barbosa, sócio do Clube FII, destacou que o aumento do índice não pode ser atribuído a uma única causa. Ele observou: “Os investidores tendem a buscar uma razão para explicar tudo, mas essa situação é influenciada por uma variedade de fatores.”

Fatores que impulsionam o desempenho do IFIX

Barbosa apontou que o mercado está antecipando uma possível queda na taxa Selic. Ao mesmo tempo, os investidores individuais, que constituem a maioria no mercado de FIIs, estão adquirindo um melhor entendimento do custo de carregamento e dos movimentos das taxas de longo prazo, especialmente em relação às NTN-Bs com horizonte de dez anos. Ele explicou que essa desconexão entre a Selic e os títulos de longo prazo é crucial para interpretar o cenário atual.

Compreendendo a composição do índice

Barbosa detalhou como a atual composição do IFIX desempenha um papel significativo em seu desempenho. Aproximadamente 45% do índice é composto por fundos de papel, que estão relacionados à inflação ou ao CDI, enquanto a parte restante consiste em fundos imobiliários físicos, incluindo shopping centers, edifícios de escritórios e instalações logísticas. Os retornos desses fundos de papel, que oferecem ajustes constantes pela inflação, têm sido vitais para manter um rendimento anual em torno de 11,5% para o IFIX.

Sentimento de mercado e estratégia de investimento

Marx Gonçalves, responsável pelos fundos listados na XP Research, compartilhou insights sobre os indicadores críticos que refletem o sentimento do mercado. Ele apontou a diferença entre o Dividend Yield do IFIX e a taxa de longo prazo da NTN-B, especialmente o Tesouro IPCA 2040, como uma medida vital. Essa diferença indica o prêmio de risco que os investidores estão dispostos a aceitar ao optar por FIIs em vez de títulos de renda fixa.

Interpretando a dinâmica dos rendimentos

Gonçalves explicou que, quando a perspectiva do mercado é positiva, as ações dos FIIs normalmente se valorizam, levando a uma compressão no rendimento do IFIX e a uma diminuição correspondente no prêmio de risco. Por outro lado, durante uma fase de pessimismo no mercado, essa diferença se amplia à medida que os investidores exigem retornos mais altos para compensar os riscos percebidos.

Para aqueles que desejam um entendimento mais profundo, a entrevista completa com Danilo Barbosa está disponível no episódio desta semana do Liga de FIIs, que vai ao ar toda quarta-feira às 18h no canal do YouTube do InfoMoney. Episódios anteriores também podem ser acessados para mais insights sobre o mercado de FIIs.